EXPERIÊNCIA ESTÉTICO-POLÍTICA DE EXU NO DESFILE DE CARNAVAL: racismo e intolerância religiosa na encruzilhada
DOI:
https://doi.org/10.46906/caos.n34.72292.p28-46Palavras-chave:
racismo religioso, partilha do sensível, diáspora africana, religiões afro-brasileiras.Resumo
Neste artigo, abordamos o racismo religioso manifesto em relação a Exu, divindade iorubá, em comentários de leitores que reverberam o conteúdo de matérias jornalísticas, veiculadas em portais digitais, sobre o desfile da Acadêmicos do Grande Rio em 2022, cujo samba enredo homenageou Exu. Desenvolvemos análise crítica e interpretativa do racismo religioso, observando aspectos estético-políticos na socialização do sensível em comunidade. Mobilizamos autores das pedagogias exúlicas, Willian (2019) e Rufino (2020), estabelecendo diálogo com Rancière (2009) e DaMatta (1984). Os resultados demonstram que a visibilidade de Exu no espaço midiático possibilita a desconstrução de estereótipos e novas perspectivas de existência, (re)existência e autorrepresentação.
Downloads
Métricas
Referências
ALMEIDA, S. O que é racismo estrutural? São Paulo: Letramento, 2018.
CASTRO, E. Vocabulário de Foucault: um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.
CÉSAIRE, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. São Paulo: Veneta, 2020.
COM EXU, Grande Rio é campeã do carnaval do Rio pela primeira vez. Canal TV Brasil, Youtube, postado em 26 abr. 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ueNJ0bz-ISw. Acesso em: 04 set. 2023.
DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1984.
ESTADO DE MINA. Polícia prende ‘Bonde de Jesus’ que atacava terreiros de umbanda e candomblé: a nova face da intolerância religiosa é traficante e evangélica. Online, postado em 18 ago. 2019. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2019/08/18/interna_nacional,1078089/policia-prende-bonde-de-jesus-que-atacava-terreiros-de-umbanda-e-can.shtml. Acesso em 21 nov. 2024.
ESTEVES, A.C. de S.; OLIVEIRA, J. C. A. de; LIMA, M. G. de. De corpos periféricos ao cinema de autorrepresentação: entrevista com Welket Bungué. Revista de Cinema e Audiovisual, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 45-58, 2022. Disponível em: https://rebeca.socine.org.br/1/article/view/668. Acesso em: 25 jan. 2025.
EXU da comissão de frente da Grande Rio no desfile das campeãs do carnaval 2022. Canal Mais Carnaval, Youtube, postado em 01 maio 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=znBDYOKw2iM. Acesso em: 21 nov. 2024.
FRANCO, Maria Laura Puglisi Barbosa. Análise de conteúdo. Brasília: Líber Livro, 2008.
GILROY, P. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34, 2001.
GOMES, P. A partilha do sensível: Rancière. Revista Brasileira de Bioética, Brasília, v. 10, n. 1-4, p. 106-109, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.26512/rbb.v10i1-4.7703. Acesso em: 15 out. 2023.
NASCIMENTO, A. do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: Editora Perspectiva, 2016.
O CARNAVAL "empretecido" que libertou Exu. Portal UOL, postado em 26 abr. 2022. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2022/04/26/o-carnaval-empretecido-que-libertou-exu.htm. Acesso em: 21 nov. 2024.
PORTAL G1. 'Exu não é Diabo': saiba quem é orixá mensageiro da Grande Rio. Publicado em 24 abr. 2022a. Disponível em: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/carnaval/2022/noticia/2022/04/24/exu-nao-e-Diabo-saiba-quem-e-orixa-mensageiro-do-enredo-da-grande-rio.ghtml?form=MG0AV3. Acesso em: 21 nov. 2024.
PORTAL G1. 'Fala, Majeté! Sete chaves de Exu': entenda o enredo da Grande Rio. Postado em 26 abr. 2022b. Disponível em: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/carnaval/2022/noticia/2022/04/26/fala-majete-sete-chaves-de-exu-entenda-o-enredo-da-grande-rio-campea-do-carnaval-do-rj.ghtml?form=MG0AV3. Acesso em: 21 nov. 2024.
PRANDI, Reginaldo. O candomblé e o tempo: concepções de tempo, saber e autoridade da África para as religiões afro-brasileiras. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 16, n. 47, p. 43-58, out. 2001. Disponível em : https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/BZgDYKY47Nn3gdPDwRTzCLf/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 18 mar. 2025.
RANCIÈRE, J. O dissenso. In: NOVAES, Adauto (org.). A crise da razão. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 374-385.
RANCIÈRE, Jacques. Le spectateur émancipé. La Fabrique éditions, 2008.
RANCIÈRE, J. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34, 2009.
RUFINO, L. Pedagogia das encruzilhadas. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2019.
SILVA, Adalberto. Exu Rei – Abdias Nascimento. São Paulo: Produtora XYZ, 2017. 90 min. Documentário.
TALARICO, Fernanda. Quem é Exu, a entidade que abre os caminhos da Grande Rio no Carnaval 2022? Site UOL, São Paulo, 2022. Disponível em: https://www.uol.com.br/carnaval/noticias/redacao/2022/04/23/quem-e-exu-a-entidade-que-abre-os-caminhos-da-grande-rio-no-carnaval-2022.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 06 jun. 2022.
WILLIAM, R. Apropriação cultural. São Paulo: Editora Jandaíra, 2019. Coleção Feminismos Plurais.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Antonio Carlos de Souza, Tania Hoff

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A Caos é regida por uma Licença da Creative Commons (CC): CC BY-NC 4.0, aplicada a revistas eletrônicas, com a qual os autores declaram concordar ao fazer a submissão. Os autores retêm os direitos autorais e os de publicação completos.
Segundo essa licença, os autores são os detentores dos direitos autorais (copyright) de seus textos, e concedem direitos de uso para outros, podendo qualquer usuário copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato, remixar, transformar e criar a partir do material, ou usá-lo de qualquer outro propósito lícito, observando os seguintes termos: (a) atribuição – o usuário deve atribuir o devido crédito, fornecer um link para a licença, e indicar se foram feitas alterações. Os usos podem ocorrer de qualquer forma razoável, mas não de uma forma que sugira haver o apoio ou aprovação do licenciante; (b) NãoComercial – o material não pode ser usado para fins comerciais; (c) sem restrições adicionais – os usuários não podem aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Recomendamos aos autores que, antes de submeterem os manuscritos, acessem os termos completos da licença (clique aqui).










